30/04/2008

Alegria

O que seria a alegria? Cada pessoa tem um jeito de ver a alegria. Alegria pode ser uma comida, uma canção, um passeio ou quem sabe, para as pessoas mais más, as coisas ruins que acontecem com as outras.
Para mim, alegria é caminhar na chuva, os passos na rua quase são abafados pelos pingos da chuva insistente, às vezes progressiva ou às vezes regressiva, mas sempre refresca, alenta, acalma, faz você cair na real.
Alegria também é aquele [sol]riso, que brilha e ilumina as noites mesmo que apenas se abra na minha lembrança, ainda assim me põem a sorrir.
E os momentos com os amigos? Uma conversa fiada, muitas histórias (por que todo mundo as tem), aquela cervejinha gelada e por ai vai, e a noite vai, e já é mais um dia que se esvai.
Só que tem coisas que você sabe que se acontecessem iriam superar qualquer alegria dessas, por exemplo se hoje eu abrisse a caixa de correio e visse o registro do meu livro ali, pronto para ser mandado para as editoras, ou quem sabe pudesse viajar, passar no vestibular. Isso sim superaria até uma cervejaria inteira...

29/04/2008

As folgas incompatíveis...

O boteco é um dos espaços mais democráticos do mundo. Aceita todos com os seus problemas, ao menos nunca cheguei num boteco e o cara me perguntou: "E aí? O que tu és? Corno? Falido? Já sei, os cobradores bateram na tua porta?"
Acontece que faz algum tempo eu estava com uns colegas em um boteco e algo na mesa próxima me chamou muito a atenção. Na tal mesa sentavam-se 4 amigos falando de assunto diverso quando de repente um deles que parecia já ter bebido a cota dos 4 por uma noite começou: "Cara, vocês não sabem o que eu fiz por ela." Ai não pude mais me furtar de ouvir a história até o fim. Ele prosseguiu: "A gente ia pegar folga junto na sexta, ai ela pegou na quarta e foi pra praia, ai nós brigamos!". E o pior é que o sujeito não estava nem um pouco preocupado se alguém ia ouvir ou não, nós ouvimos e até hoje não esquecemos. Mas sabe que o curioso não é tão somente isso, toda vez que alguém mudava de assunto, digamos que ia falar do futebol na tevê lá ia ele e a incompatibilidade da folga dele e da amada puladora de cerca. Se falavam de mulher então era triste demais, dava vontade de chorar de tanto que ele falava, o cara era um orador nato e adorava expor o "galho" levado!
Uma hora depois já tinha ouvido tanto a história que tive vontade de me levantar e dar com a cadeira na cabeça dele, mas fazer o quê? Ele estava magoado e ferido mesmo, mas como dizem isso é coisa que colocaram na sua cabeça!
Quero deixar bem claro que não estaria fazendo piada se o cara não demonstrasse tanto que queria contar para todos o seu "problema com as folgas".
Amigos querem um conselho para jamais estarem no boteco contando um caso desses várias vezes para os teus colegas? Trate bem a tua mulher. Ame-a. Não dê espaço para que outro o faça, mas dê espaço para ela. Se não seguir esse, ai vai outro, fale baixo esses assuntos no boteco, não faça dele um discurso do Fidel Castro transmitido pela tevê!

28/04/2008

Uma despedida

Há pouco tempo eu estava em uma despedida com mais dois amigos, um outro amigo nosso ia voltar para sua cidade natal. Chegamos meio tarde, o churrasco já tinha acabado só tinha cerveja e além disso havia um cara tocando um violãozinho. Lá pelas tantas eles tentaram tocar Chão de Giz do grande Zé Ramalho só que não sabiam a letra direito, notaram que eu e um amigo cantávamos inteira mesmo quando eles erraram. Resultado, nos chamaram para cantar a mesma canção. Ai entra uma das coisas que queria comentar, como em uma única festa,com umas 15 a 20 pessoas, você encontra vários perfis de reação a bebida. Pois bem, chamaram-nos para cantar, mas para um dos senhores que sentavam na frente quem foi chamado foi só o meu amigo, então o cara olha para mim e fala "Quem te chamou, o Grande?" ai eu falei "Eles" ai ele riu e disse "É brincadeira!". Brincadeira é ter que aturar cara que bebe e fica chato.Mas tudo bem, fomos lá tocamos a música foi a maior vibração ai ao fim dela, adivinhem? O mesmo senhor disse "Dá o violão pro fulano. Ei Fulano toca um Milton Nascimento!" ai não demos ouvidos e emendamos um Cazuza e ao fim de Exagerado lá vem o cara com o mesmo pedido incisivo "Ei Fulano, toca um Milton Nascimento!". Meu outro amigo chegou pediu o violão e tocamos um Engenheiros do Hawaii e ao fim dessa outra canção adivinhem? "Ei Fulano, toca um Milton Nascimento!" ai o tal Fulano "Eu não sei nenhuma do Milton Nascimento!". Poxa o cara me enche o saco por quase meia hora pedindo para o outro tocar Milton Nascimento sem nem saber se o cara vai saber tocar ou não. Esse é um dos perfis.
Pois tem também o silencioso, vai bebendo e ficando quietinho, só olhando o pessoal, dá um sorrisinho medroso, fala só o necessário do tipo "Outra Cerveja!" e volta ao silêncio de sempre.
Tem o piadista que para mim é um dos favoritos, sempre bem disposto a fazer amigos. Qualquer piada dele vem seguida de um "O Mano, tu sabe que é brincadeira né cara, sabe que eu gosto de ti" e às vezes te conhece há menos de uma hora, mas esse ao menos é divertido. Além do Amigo "Pô cara, tu é meu amigo né? Tu é meu amigo pra caramba!"
Enfim, nessa despedida encontramos todos esses perfis, do melancólico ao piadista. Estava pensando em começar a tocar música ao vivo, mas depois desse dia vou aprender algumas músicas do Milton Nascimento.

27/04/2008

E se você ganhasse na loteria?

Uma das perguntas mais recorrentes mais clássicas mesmo de boteco, naquele intervalo rápido entre a 3ª e 4ª cerveja é: "E se você ganhasse na loteria?" ai o outro já com os olhos brilhando: "Tá em quanto o prêmio mesmo?"
Vamos dizer que seja R$15 milhões. 15Milhões de reais!! Meu amigo, é dinheiro pra caramba!
Bom, deixe-me ver! Eu compraria uma cobertura de algum prédio aqui na minha cidade, mobiliaria todo, compraria uma Hilux. Iria até o Porto da minha alegria, rever umas pessoas. Viajaria pelo Mundo, visitaria Paris(é meu sonho). Tiraria muitas fotos da Torre Eiffel para colocar no Orkut.(Hahahahaha) Além disso eu compraria ações, sabe que trabalhar com ações é melhor do que poupança, o risco é alto, mas sempre que rende, rende mais do que poupança.
Isso se fala quando se está sóbrio, pois as respostas são as mais variadas possíveis. Temos por exemplo o solidário(é claro que fala isso bêbado e sem o dinheiro, sem sombra de dúvida): "Eu vou ajudar essas instituições beneficentes, dar dinheiro para mendigo na rua." Também tem o paga tudo: "Eu ia comprar uma mansão e dar festa o dia inteiro, encher uma piscina de gelo e Cerveja até a borda, e só Boehmia!"(outro que fala isso bêbado) Temos os casos reais. Certa vez ouvi que um cara tinha ganho na Mega-sena, e sabe o que ele fez? Virou patrocinador do time da cidade, comprou jogadores, investiu em material esportivo, em estrutura, enfim tentou transformar o time de pelada da cidade em time de ponta. Resultado: está quebrado e o time continua na mesma. Outro largou a família e foi viver com uma garota mais nova que "apaixonou-se" por ele. Resultado: Assassinado e o dinheiro ficou para a garotinha viúva.
Isso nos traz até lições, não acha? Se ganhar na mega-sena não fique com garotas mais novas nem patrocine o time da sua cidade, pois ele não tem jeito! Isso deveria aparecer em comerciais de loteria ou em volantes de apostas do tipo "Se beber, não dirija!" que as cervejas usam.
A única certeza que tenho é de que se algum amigo ganhar na loteria vou ouvir e falar muito: "Onde está o Fulano, faz tanto tempo que não o vejo, o que aconteceu?"...

25/04/2008

Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon)

"O roubo deveria ter levado 10 minutos. 4 Horas depois, o banco parecia um espetáculo de circo. 8 horas depois, era notícia em toda rede de TV. 12 horas depois, se transformou em uma história emocionante."
Um Dia de Cão(Dog day afternoon) filme de 1975 que conta com Al Pacino e John Cazale no elenco é minha recomendação de filme. Tem muita gente que pensa que é um filme estilo Sessão da Tarde onde um rapaz se torna um cachorro e blá blá blá. Não é! Trata-se de um assalto a banco feito pela dupla um tanto desajeitada e inexperiente Sonny(Al) e Sal(John). A dupla entra no banco esperando fazer tudo muito rápido, só que um detalhe não foi calculado: Foram no dia errado o dinheiro do banco já havia sido usado em pagamentos. Mesmo assim tentando tirar o maior proveito do assalto possível eles demoram um pouco mais, nesse meio tempo a polícia chega e cerca o local, levando o assalto a se desenrolar por mais de 12 horas. Com pitadas de comicidade, drama e inclusive aqueles filmes de cunho psicológico que o nome Al Pacino sempre trás,Um Dia de Cão é uma boa pedida.

24/04/2008

Ouvindo rádio e levando Créu na orelha!

Ainda ontem estávamos em um boteco quando de repente paramos o assunto para ouvir algo raríssimo Pink Floyd tocando na rádio. Ai entra aquela pergunta que sempre nos persegue, seja no trabalho ou em casa, no boteco ou na rua: "Por que nossa rádio está infestada de músicas mal elaboradoras e de baixa qualidade?" e por favor não leia música nacional é uma porcaria ou só música em inglês é boa, pois como é sabido de muitos sou apaixonado por Mpb, bossa nova, rock nacional, sou fã de nomes como Oswaldo Montenegro, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, Acústicos e Valvulados, Chico Buarque, enfim inúmeros artistas. Além do que ultimamente tenho escutado mais coisas em Espanhol do que inglês, mas a pergunta é essa por que tenho que ligar a rádio e levar um Créu na orelha? Ou um rapper Senegalês que pronuncia mal e parcamente um inglês? Ou ainda "super talentosos" cantores rebolativos que as menininhas entre 11 e 15 anos se descabelam ao ver?
Talvez quando a rádio e indústria discográfica brasileira passar a respeitar nossos ouvidos e selecionar melhor o que lança e nos enfia goela abaixo, por que não são todos que tem opinião forte e se opõe aos "Sucessos de verão".
Quando a música do Pink Floyd chegava ao fim para nossa surpresa na seqüência veio KISS com "We are One". Agradecemos ao acaso por existir o programa do Mr. Pi na Atlantida e pedimos outra cerveja...

Apresentação

"O papo é furado e diverso, a conversa é fiada e avessa, mas sempre dura até o Boteco fechar." Essa é a máxima do blog, os assuntos serão os mais diversos desde filmes até amores, desde músicas até horrores. Com muito papo furado típico de boteco e fazendo uma alusão e homenagem ao grande Álvares de Azevedo e sua Obra-Prima "Noite na Taverna" a proposta é de modo bem humorado e mal amado ou mal humorado e bem amado comentar as coisas mais triviais que ocorrem no dia a dia, sem regra, sem métrica, mas com muito estilo!


Seja bem vindo ao Noite no boteco!