03/08/2010

Bar dos Byronianos

Ressona cidade, dorme o sono que te cabe,
Deixa apenas a voz da reclamação dos pobres românticos,
Só ela a noite gosta de ouvir!
Quando em um bar sentam, gostam de beber,
Cantam, declamam Byron,Baudelaire.
Uns cantam Chico, outros Caetano, há ainda os Montenegrinos!
Cada profeta do amor tem sua amada,
Umas são negras, outras asiáticas, pálidas...
Vêm as perguntas: "Qual o cheiro do Lençol dela?"
Outro retruca: "Qual a feição ao acordar?"
Uns já nem lembram como é a parte física do amor
Vivem no âmbito das idéias, platônicos, lacônicos.
O violão chora, as garrafas caem vazias
Enchendo os poetas de rubor e exaltação do amor!
O papel recebe de braços abertos
O que os ouvidos dela não podem ouvir!
Sorrio deles, debocho, satirizo todos.
E eles questionam-me: "Por quê? Será louco?"
Sinto-me superior e disparo certeiro:
"Nenhuma [sol]ri igual a ela!"- Triunfo!


Ricardo dos Santos 23/10/07
Joinville 00:52